segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Notas sobre um sequestro

Alguns dias volvidos sobre o assalto e sequestro à agência do BES na Marquês da Fronteira, pode-se fazer uma análise calma e ponderada do que "passou" em termos de comunicação sobre o assunto: 

1. Como seria de esperar, a atenção da comunicação social ao sucedido foi mais do que elevada, num país pouco habituado a  este género de coisas. Mas fica sempre no ar a ideia, depois de poisada a poeira, se não foi um acompanhamento excessivo. Está bem que nos encontramos em pleno Verão, temporada difícil para as agendas jornalísticas, no entanto, deve ter-se sempre cuidado com a excessiva mediatização das "crime scenes." , aqui entendidas como os locais da acção. Sob risco de banalização. Não se diz que o assunto não era importante, nem grave, que o era, mas sim que o tempo e o modo como se realizou a cobertura da questão se impuseram manifestamente desproporcionados.

2. Essa convicção ganhou corpo mais avultado com a evidência do vazio patente nos discursos dos jornalistas "em directo". Não havendo nada a reportar, reportou-se o vazio, a redundância, o não reportável. Culpa, naturalmente, de quem os obrigou a estar no arame do directo quando os acontecimentos no terreno a isso desaconselhavam.

3. Em estúdio, as coisas não foram melhores. Muito pelo contrário, se tivermos em conta os "comentários" de Moita Flores no Jornal da Noite da SIC. Quando um alegado especialista, sem apresentar qualquer dado que confirme as suas afirmações, afirma que situações como a que se vivia naquele momento estavam directamente relacionadas com os imigrantes brasileiros e de Leste nem sabemos bem o que dizer. Foi notório o desconforto do pivot Rodrigo Guedes de Carvalho, que aludiu a uma possível atitude xenófoba. 

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