segunda-feira, 21 de novembro de 2005

Trevo de cinco folhas


Aqui se volta a falar da metodologia adoptada por alguns órgãos de comunicação social no que à transposição de toponíminas estrangeiras diz respeito. O nacionalismo desbragado voltou a estar na moda, tal como as procissões em honra daquela que eles dizem ser a "senhora" deles, sabemo-lo bem. Os reflexos desta revanche nacional-patrioteira fazem-se sentir um pouco por toda a parte, desde o discurso político até a um apelo ao consumo de produtos "100% made in Portugal" - devem ser loucos ao querer fazer das prateleiras das nossas lojas algo parecido com o que se via nos estabelecimentos cooperativos dos sovietes: ou era de fraca qualidade ou não havia. De há uns tempos para cá, nota-se a tendência para "aportuguesar" tudo. Lyon passou a ser Lião (!!!), Glasgow é Glásgua (Brrlg!) e Frankfurt é Francforte (cof cof!!). É claro que o DN, campeão crónico da ideologia lusa, fá-lo alegremente, como o atesta esta recente pérola de tradução. A tradicional e simpática Baile Atha Cliath, cidade capital da República da Irlanda, mais conhecida por Dublin em todo o mundo, passou a ser Dublim. Não sei se já se aperceberam, mas Dublin e Dublim lêem-se de forma distinta, têm fonéticas diferentes. Berlim é, há muito, a tradução de Berlin. Agora, a cidade irlandesa sempre foi traduzida deixando-a estar como está. Porquê mudar?

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