quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A geometria das emoções


Há já algumas semanas em cartaz, o filme "Do outro lado", do realizador germano-turco Fatih Akim, impressiona pela forma como conjuga rigor com emoção. Estória de colisões e tangentes, tanto afectivas como culturais, o drama montado nunca cede ao lugar-comum e à facilidade na resolução das situações nascidas da simples circulação dos personagens neste mundo complexo que é o nosso. Sem nunca arriscar um milímetro de verosimilhança, a película cumpre um notável programa de rectidão narrativa e, ainda assim, consegue transmitir a quem a vê uma reconfortante sensação de aconchego sentimental. E porquê? Porque aquelas são pessoas como nós. Fazê-lo entre dois palcos (Alemanha e Turquia) cuja relação é emblemática do que poderíamos identificar como exemplo da "guerra de civilizações" entre Ocidente e Oriente, não temendo explorar essa temática, e ainda assim evitando o perigo do "filme ecuménico" é, por si só, uma proeza.  

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