terça-feira, 18 de novembro de 2008

O verdadeiro motivo de Manuela Ferreira Leite


Depois de se ter saído com uma estranha afirmação, na semana passada, em que dizia que não deveriam ser os jornalistas a escolher o que publicam - o que para muita gente foi apenas a confirmação da real tendência censória e reaccionária da senhora -, Manuela Ferreira Leite deixa cair, por fim, a máscara. Há poucas horas, confessou que não se importaria de prescindir, por uns tempos, do regime democrático para poder "arrumar a casa". Onde já ouvimos frases como esta? Não é assim que pensam todos os defensores dos regimes totalitários?

E pensar que era nela que recaíam esperanças de credibilização do PSD, depois da passagem de Luís Filipe Menezes pelo lugar de líder.Inclusivamente, nesta página, disso se deu conta. Pura ingenuidade, reconheço.

É melhor ler, retirado agora mesmo do PÚBLICO on-line:
Líder do PSD comenta reformas do Governo
Ferreira Leite pergunta se "não seria bom haver seis meses sem democracia" para pôr "tudo na ordem" 
18.11.2008 - 17h20 Lusa
A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, perguntou hoje se "não seria bom haver seis meses sem democracia" para "pôr tudo na ordem", num comentário às reformas que o actual Governo tem realizado em áreas como a justiça, educação ou saúde.

No final de um almoço promovido pela Câmara de Comércio Luso-Americana, Ferreira Leite elegeu a reforma do sistema de justiça "como primeira prioridade" para ajudar as empresas portuguesas. Questionada sobre o que faria para melhorar o sistema de justiça, a líder social-democrata demarcou-se da atitude do primeiro-ministro, José Sócrates, que "na tomada de posse anunciou como grande medida reduzir as férias do juiz".

Defendendo a ideia de que não se deve tentar fazer reformas contra as classes profissionais, Ferreira Leite declarou: "Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia...". "Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se", observou em seguida a presidente do PSD, acrescentando: "E até não sei se a certa altura não seria bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia". 

"Agora em democracia efectivamente não se pode hostilizar uma classe profissional para de seguida ter a opinião pública contra essa classe profissional e então depois entrar a reformar - porque nessa altura estão eles todos contra. Não é possível fazer uma reforma da justiça sem os juízes, fazer uma reforma da saúde sem os médicos", completou Manuela Ferreira Leite. 
(...)

Perante isto, que dizer? A situação económica do país está a piorar a olhos vistos e, não tenhamos ilusiões, sentimentos de simpatia por ideias deste calibre continuarão a instalar-se nas mentes da populaça. Não nos esqueçamos de onde viemos, nós os portugueses. Repete-se o que aqui sempre se disse: nunca fomos muito amigos dos ares da Liberdade. Estamos a falar, neste caso, da líder do maior partido da oposição, da hipotética alternativa ao lugar que, pelas regras normais da democracia, um dia, José Sócrates deixará.

É Portugal....
 

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