Tempos assustadores III
Ainda a propósito da anunciada revista Salazar, importa denunciar o mecanismo associado à provocação (demasiado evidente). Pensaram os autores da mesma, e com razão, que facilmente atrairiam a atenção. Conseguiram-no. Melhor que isso, sabiam que a bravata promocional dividiria de forma clara as pessoas entre as que condenariam o baptismo de forma incondicional e todos os outros - sejam eles salazaristas ou não, achem eles piada ao caso ou apenas indiferença. O que se pretende com este nome é fazer troça da indignação dos que se dão ao trabalho de a exprimir, criando uma armadilha que opera segundo o princípio elementar de que se alguém contesta o nome Salazar, então estará a demonstrar intolerância e a deixar cair a máscara, revelando um censor em potência - ao jeito, nem mais nem menos, de um agente do regime tutelado pela figura em causa. Esta forma de pensar releva da mais básica e simplista forma de olhar o mundo, recusando-se a pensar nos mecanismos e nas consequências associadas ao manuseamento de certas peças de linguagem, de certas palavras, de certas imagens. Um nojo, reitero.
Etiquetas: Linguagem
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