quinta-feira, 9 de novembro de 2006

A Ilha

O PSD queixou-se hoje de que o Governo está a atacar Alberto João Jardim. Mas qual é o problema? Tal queixume trata-se de uma perfeita bizarria. Equivale a lamentar a intervenção da administração central pelo reforço das medidas de combate aos fogos florestais ou das autoridades sanitárias face a um surto de peste bubónica. Deveríamo-nos é indignar todos pelo facto de a impunidade desse proto-tiranete durar há tanto tempo. Um indivíduo tão apaparicado que, após anos a fio a zurzir os habitantes do continente, ainda tem a honra de ser convidado para entrevista em horário nobre no primeiro canal da televisão pública. Alberto João representa o que de pior tem o povo português, naquele seu jeito boçal, mal-criadote, de quem pensa que todos os excessos são perdoados pela suposta frontalidade com que atira ditames ao vento. No fundo, a maioria dos nacionais até gosta dele, homem de coragem, ignaro, mas com os estudos e conhecimentos suficientes para "dizer umas verdades", irritar os intelectuais e sair a cantar no baile pimba mais próximo, piscando o olho depois de mandar uma boca. Apesar de todo o aparente esforço de modernização, o país revê-se na Madeira como o local último dos seus sonhos de canteiro arranjadinho, limpo e expurgado de dúvidas. É o paraíso. Cada qual encontra um à medida das suas ambições.

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