quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Allô!?

Isto de ser director de um grande jornal tem que se lhe diga. Olhem, que o ateste Henrique Monteiro, chefe-mor do Expresso. Num debate televisivo sobre a actualidade política ontem realizado, a dada altura, quando se comentavam as relações dos titulares de cargos públicos com a imprensa, confessou que não lhe causava qualquer espécie de atrapalhação que telefonassem para a redacção a pressionar o sentido do seu trabalho. Tais intentos passam-lhe ao lado, garante, pois é um profissional correcto que trabalha num jornal incapaz de se deixar influenciar. Tal, argumenta, faz parte da realidade quotidiana de um jornalista, pelo que este não se deve deixar incomodar ou enfadar. Nem sequer é notícia, diz. Seja quem for que esteja do outro lado da linha. Visão curiosa esta. Então e se Sócrates ou Cavaco decidirem dar uma chamadinha rápida para o semanário do senhor Balsemão a sugerir que não deveriam pegar em certa matéria? Isso não é notícia? Será que Henrique Monteiro já ouviu falar de condicionamento ao trabalho de jornalistas que estão vinculados a pequenos órgãos de comunicação social, espalhados por esse país fora, sem outras fontes de rendimento significativas que não a publicidade paga pela autarquia? 

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