sexta-feira, 26 de maio de 2006

O pífio como arte, sempre a facturar

Banal adj. Sem originalidade: elogios banais. / Comum, trivial, vulgar, chato. / Dizia-se antigamente de certas coisas pertencentes a um senhor feudal e de que se serviam os seus vassalos, pagando um foro como retribuição: um moinho banal.

Por menos óbvia, confessamos que preferímos a última acepção da palavra. Isto porque tem muito daquilo que é hoje, apesar da maquilhagem mediático-ideológica de sinal contrário, a sociedade, nos seus constantes jogos de celebração de uma ideia de "festa". O Rock in Rio poderá muito bem ser disso paradigma. Espectáculo de uma mediocridade a toda a prova, émulo pobre e desfasado de jubilação de um tempo e de uma ideia de "rock" há muito cristalizados como religião, o circo montado no Parque da Bela Vista espanta apenas pela capacidade que ainda tem de mobilização. Sabemos como o portuguezinho se entusiasma facilmente. Isso, no entanto, está longe de servir como justificação plena. Verdade seja dita que, nisto, muita da culpa pode ser assacada à comunicação social. Embarcou na euforia do Rock in Rio, sem que se perceba muito bem porquê. Ou melhor, até se percebe, trata-se de ir atrás do que o povo gosta. O difícil está em entender, mesmo sabendo dos interesses comerciais em jogo através de patrocínios, o porquê da contaminação de espaços supostamente de excelência. Ontem à noite, na SIC Notícias, o sempre pomposo Mário Crespo disso se encarregou. Ele, que passa o tempo todo com salamaleques sobre a "qualidade" e a "excelência" do jornalismo da casa. Depois de um directo da Feira do Livro, o que lhe ocorre dizer, imagine-se: "E que excelente ideia, essa, a de passar pela feira e, porque não?, ir com um bom livro, debaixo do braço, até ao Rock in Rio, ouvir boa música"....AArrrrgghhhh
Que náusea.

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