domingo, 16 de outubro de 2005

Informação salgada


Ouve-se nas notícias da rádio Oxigénio, a propósito do abuso do sal, «as cinco gramas». À noite, no Telejornal da RTP, a despropósito, José Alberto Carvalho garante que qualquer coisa é «à séria». Revelou a radialista hipertensão no género do substantivo? Mostrou o jornalista televisivo uma faceta humorística incompatível com as notícias? Falta de cuidado, é o que é.

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

Nova desatenção


Um clássico exemplo de falta de cuidado ao lidar com siglas. IP quer dizer, na terminologia rodoviária, Itinerário Principal. O Diário de Notícias diz que "Nova IP liga Viseu a Aveiro". Há, portanto, uma discordância de género, que o facto de se tratar de um sigla não atenua. Erro que, frequentemente, assola o jornalismo nacional.

A metade pelo dobro

Dobro s.m O duplo de qualquer coisa, duas vezes a mesma coisa. --»» Esta a definição no dicionário que temos aqui à mão. Não percebemos, então, como é que, anteontem, a SIC, ao divulgar o resultado de um estudo que dizia que o ordenado médio pago em Lisboa é superior em 46% ao pago no Porto, afirmava que na capital se ganha "quase o dobro". Ora, se falamos de uma base 100, um valor que nem aos 50% chega dificilmente poderá ser qualificado de "quase o dobro". O "quase dobro" seria se rondasse os 100%. Vá, pessoal da Invicta, não liguem às tentativas da estação de Carnaxide de os deprimir. Continuem a trabalhar.

sábado, 8 de outubro de 2005

Pesadilla de la lengua portuguesa


Distribuído com o «Diário de Notícias», o filme O Estranho Mundo de Jack (The Nightmare Before Christmas) ganhou um novo título na rodela. Com a anuência da Inspecção-Geral das Actividades Culturais e a complacência dos portugueses. Estão a imaginar o inverso suceder?

Imposto sobre o Benvindo


A Direcção-Geral dos Impostos tem um sítio muito divertido. E não só pela sua natureza. Além de insistirem em denominar o serviço de DGCI (quando na própria página se explica que o «C» das Contribuições caiu em 1996), os senhores que tratam do nosso cacau, de forma cortês, dão as boas-vindas (ou serão as benvindas?) utilizando o nome próprio Benvindo (http://www.dgci.min-financas.pt/siteinternet/_sgt/f10000.htm). Resta-lhes a fraca consolação de não estarem sozinhos nesta falta de cuidado. Basta atentarmos às bermas das estradas, nas entradas de boa parte dos concelhos portugueses, e lá está o pobre Benvindo chamado sem quê nem porquê. E se a DGI cobrasse imposto sobre a incorrecta utilização do Benvindo?