quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Eterno retorno

Três meses não é muito tempo. Para um blog em branco, porém, é. Vamos fingir que foram férias. E voltar a colocar posts, dando seguimento ao que começou, há um ano, em dias de estio como este. Saber que o fecho de actividade chegou a ser equacionado não espantará os (muito) poucos que nos liam, mas, bem vistas as coisas, assustou-me. Desistir é uma coisa deprimente. Para mais, quando se julga ter algo a dizer. Pretensão relativizada pela circunstância - sempre as circunstâncias - de haver blogs muito bem escritos e com relevância. Que são uma minoria, sublinhe-se, mas os suficientes para acalentar alguma esperança na renovação do debate e do espaço público. Vamos continuar, com intermezzos, evidentemente, em confronto com as agruras de um novo ciclo imposto pelo fim de mais um verão. Cada vez mais centrados em pormenores de semântica social e política e não tanto, como era a ideia inicial, debruçados sobre a sintaxe do que se vai dizendo e escrevendo. Vocação que manteremos, mesmo assim. As baterias estarão mais apontadas a outro tipo de dislates. A falta de cuidado é uma constante dos portugueses e, confessamos, assusta-nos mais aquela que parece não o ser do que aquela que é genuína. Ou seja, quando o erro é deliberado e se reveste de pormenores que encobrem outras faltas, como a de carácter. Resumindo, o estado do País, e do Mundo, não é famoso. Vamos à crítica.