quarta-feira, 31 de agosto de 2005

O segredo está na fruta


Com esta esbarrei, hoje, ao pequeno-almoço. Naturalmente, errar é humano. Ainda mais humano é reproduzir os erros através de processos mecânicos, maximizando o impacto. Foi o que fizeram os senhores do Pingo Doce, ao venderem este sumo de laranja 100% natural. Cumprindo "a la lei vigente" desta agremiação, cá estaremos para apontar o dedo à calinada, até à polpa.

segunda-feira, 29 de agosto de 2005

A excepção como regra


A colocação de um sinal de proibição de sentido, ou de outro qualquer, só deve ser justificada se se quiser impor determinada regra (neste caso, proibir) em determinada artéria. Depois, há as excepções. Ora, aqui, não percebemos muito bem qual a intenção dos homens das regras. Tanta excepção junta acaba por, à boa maneira lusa do desenrascanço, cheirar a "direitos adquiridos". Veja-se que o simpático dispositivo de mobiliário urbano até está preparado para receber outra cunha, a título de excepção. É só pedir que se mete lá um "Excepto...". Bom, nada de excepcional, estamos em Portugal. No final, fica-nos outra dúvida: a primeira placa de excepção, no fundo, não abre a porta a todas as excepções e, assim, anula o próprio significado do sinal? A semântica tem destas coisas.

domingo, 21 de agosto de 2005

Para começar... a falta de cuidado da RTP


Em boa hora, decidiu a RTP resgatar dos baús a clássica dupla Laurel & Hardy, conhecidos em Portugal por Bucha e Estica. A empresa estatal, porém, conseguiu elevar a comicidade dos filmes. Além dos originais critérios de programação - emitidos depois da meia-noite para não ferir susceptibilidades e chegando a coincidir (ou colidir) na 2 e na RTP-Memória -- o melhor está na legendagem. Um portento de imaginação e de plasticidade da língua portuguesa. As gralhas grassam, a sintaxe é nome de medicamento para o tra(i)dutor, ao ponto de já só nos rirmos daquelas frases com menos sentido do que as pantominices dos cómicos. Exagero? É conferir no sítio da RTP: apresenta Laurel & Hardy com esta pérola, que denuncia a origem da legendagem: «Você ainda se lembra do Bucha e Estica? O atrapalhado gordo chamado Hardy e o seu amigo enrolado Stanley.» De facto, só nos faltava importar analfabetismo.