terça-feira, 12 de junho de 2007

Tristes magistrados

Ontem de manhã, assisti a parte das provas orais de admissão aos cursos de acesso à carreira de magistrado. Desloquei-me ao Centro de Estudos Judiciários (CEJ), ali na Rua do Limoeiro, e sentei-me numa cadeirinha a ver o que se passava, que as provas são públicas, excepto quando o candidato a juiz ou magistrado do Ministério Público faz questão de que sejam de carácter reservado. Bom, e o que viu foi bem mau. Está bem que o nervosismo próprio de um momento tão decisivo na carreira dos pretendentes atrapalhará qualquer um, ainda para mais com toda aquela solenidade bafienta de que se rodeia a prestação de provas. Mas, caramba. Do que me foi oferecido a presenciar, e penso ter sido o suficiente, deu para reparar que os jovens pretendentes a juizes e magistrados não são de grande qualidade. Por vezes, nem o mais elementar, relativo à separação de poderes e regras deontológicas da carreira, pareciam ter interiorizado. E depois, há a própria inexistência de consistência cultural e ética. Postos perante questões rudimentares do funcionamento da República Portuguesa, os rapazes (em reduzidíssimo número) e as raparigas, metiam água por todos os lados. Para terminar, e como atestado deste diagnóstico, poderíamos ainda constatar a proliferação de expressões como "prontos" ou o início de frases com "é assim...". Pelo que vi, não mereciam passar. Mas os senhores Doutores é que sabem.

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