sábado, 30 de dezembro de 2006

Estupidez à beira-mar

Cruel. A estupidez e incompetência extremas das nossas autoridades no naufrágio da embarcação de pesca ao largo da costa da Nazaré revelam um pouco do que é Portugal à beira de entrar em 2007. Como muitas vezes salienta o caústico Vasco Pulido Valente nas páginas do PÚBLICO, somos atavicamente atrasados e - parece, digo eu - contra isso nada há a fazer. Uma perda de vidas perfeitamente idiota.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Despojos

Com maior ou menor esplendor, eles aí estão. Os restos da festa acumulam-se em montes junto a contentores de lixo a transbordar. A lembrança de que numa época como o Natal apenas se reflectem de forma diferente, e carregada de uma outra retórica, os sinais emitidos durante todo o ano. A mais básica falta de civismo regorgita de reconfortantes regaços familiares, amontoando-se na rua o que podia muito bem esperar mais um dia ou dois nesses recantos de amor e compreensão. O desperdício, a moral, lições de economia e política, tudo em epifenómeno.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Auto-golo

Já algumas vezes demos aqui conta do desleixo com que se faz jornalismo por cá - ao ponto de o levar até ao estatuto da pura irrisão. O sítio da rádio noticiosa TSF consubstancia bem essa sensação. Acompanhando uma bem orquestrada normalização de conteúdos da dita rádio, vergada aos todo-poderosos interesses comerciais, a página informativa(?) na net tem-se constituído como uma autêntico alfobre de disparates e incorrecções. Veja-se o mais recente exemplo, onde se titula, a propósito da vitória do Benfica sobre o Belenenses, "Benfica mais perto do Porto e do Benfica". Poder-se-ia dizer que não passa de uma distracção. É bem mais grave que isso, pois demonstra que o rigor e o trabalho de edição são inexistentes. A descredibilização acontece assim.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Mas que grande trapalhada

Está longe de ter bom aspecto esta estória dos terrenos de Marvila onde é suposto serem construídas as acessibilidades à terceira travessia do Tejo. A aprovação e posterior revogação de uma licença de construção para aquele local vieram trazer à luz do dia a forma pouco transparente como se administra o território em Portugal. Cheira a grande negociata - aparentemente estragada pela insistência de alguns jornalistas que, veja-se, teimam em fazer o seu trabalho. A ver no que isto vai dar.

sábado, 16 de dezembro de 2006

Curioso

O mínimo que se pode estar é curioso. Saber no que irá dar toda esta novela do Apito Dourado, agora reavivada pela tal Carolina Salgado. Curioso saber se Maria José Morgado conseguirá mudar o rumo dos acontecimentos, alterar aquela fatal sensação de que tudo ficará como dantes.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Palhaçada

Inacreditável é o mínimo que se pode dizer sobre o que os (ir)responsáveis da RTBF decidiram fazer na noite de quarta-feira. A televisão pública da parte francófona da Bélgica interrompeu a emissão regular para transmitir, em directo, um falso especial informativo dando conta da ocorrência iminente do mais receado pesadelo dos habitantes daquela zona do país: a proclamação imediata da independência por parte da rica região da Flandres, de cultura flamenga. Em tal brincadeira participaram os jornalistas(?) da casa, simulando serem testemunhas e porta-vozes dos súbitos desenvolvimentos político-institucionais. Mais uma vez, os jornalistas a serem os coveiros de si mesmos. O processo de estupidificação prossegue a bom ritmo.